Foto: Folhapress
De 28 de janeiro a 1º de fevereiro, foi celebrada a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência em todo o Brasil. A data foi incluída somente neste ano no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) com o propósito de realizar ações para educar os jovens sobre a saúde sexual e reprodutiva, além de promover um debate sobre a importância dos métodos contraceptivos.
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Conforme o Ministério da Saúde, nas últimas duas décadas, a gravidez na adolescência se tornou um importante tema de discussão e alvo de políticas públicas em praticamente todo o mundo. Em Santa Maria, o assunto é tratado dentro das unidades de saúde e das escolas, por meio de ações desenvolvidas, principalmente, no período escolar pelo Programa Saúde na Escola (PSE).
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- Tínhamos 49 escolas pactuadas até 2018. Agora, estamos com 75 para 2019. Dentro das ações programadas ao longo do ano, há ações de direitos sexuais e reprodutivos, trabalhos de prevenção de doenças, e tudo isso é abordado em palestras, rodas de conversa e projetos de extensão. A gente sabe que os adolescentes têm dificuldade em ir até a unidade para tirar dúvidas, então, a escola é onde conseguimos captar esse público e estabelecer esse vínculo, para ter uma abertura com o profissional de saúde - explica Luana Fietz Raznievski, coordenadora do PSE pela Secretaria Municipal de Educação.
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Em 2018, Santa Maria teve 427 casos de adolescentes, entre 10 e 19 anos, que engravidaram, o que corresponde a 11,81% do total de nascimentos registrados no ano. A taxa está abaixo do indicador nacional, que é de 14%, e tem diminuído desde 2015. Para Fernanda Fettermann, coordenadora da Política da Saúde da Mulher e da Criança no município, os números são reflexo das ações desenvolvidas pelo PSE, criado em 2014.
- As taxas acompanham essas iniciativas, conforme vai tendo a adesão das escolas, a ampliação das unidades de saúde. A tendência é que esse número diminua ainda mais. Quando ocorre, a gente faz toda uma rede de apoio para que essa menina tenha condições de cuidar da criança e que não engravide depois - comenta.
BOM EXEMPLO
Na Unidade Básica de Saúde (UBS) Floriano Rocha, na Cohab Santa Marta, Bairro Juscelino Kubitschek, duas agentes de saúde criaram, há dois anos, um grupo de adolescentes a pedido dos próprios familiares. Os encontros ocorrem semanalmente na casa de uma das agentes, no Bairro Nova Santa Marta. Já são 28 integrantes, entre 9 e 18 anos, que aproveitam o momento para tirar dúvidas.
- Eu estava numa visita domiciliar numa casa que tinha dois adolescentes, e, na conversa sobre a importância dos cuidados nesta fase, a mãe deles sugeriu montar o grupo, para trabalhar essas informações diretamente com eles. E deu muito certo - diz Maria Francisca Silva Paust, uma das coordenadoras do grupo.
TAXA DE GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA EM SANTA MARIA
* Percentual de nascidos vivos cujas mães tinham entre 10 e 19 anos
- 2015 - 14,38% (527 mães adolescentes)
- 2016 - 14,21% (500 mães adolescentes)
- 2017 - 12,95% (454 mães adolescentes)
- 2018 - 11,81% (427 mães adolescentes)
Fonte: Sistema de Informação de Nascidos Vivos (Sinasc)
- Em 2018, 8 gestantes tinham entre 10 a 14 anos (0,2%) e 419 tinham entre 15 e 19 anos (11,6%), segundo dados da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (4ª CRS)